Casula Semeadura Lançamento!
casula Bordada Confeccionada no tecido Siena Pérola.
O símbolo utilizado – a semeadura
O desenho é composto de trigo com suas espigas e folhas. O trigo aparece em numerosas referências bíblicas: Gn 41, 5-6; Dt 8,8-10; Mt 13,24-30; Jo 12,24; 1Cor 15,37.
No versículo 24 do capítulo 12 do Evangelho de João, lemos: “Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo que cai na terra não morre, fica só; mas, se morre, produz muito fruto”. As palavras utilizadas por Jesus de Nazaré, que as profere perante uma assembleia de judeus helenizados, são carregadas de sentido espiritual e cultural. Não são poucas as vezes que, nos Evangelhos, Jesus recorre à imagem do trigo e, consequentemente, do pão para construir discursos e parábolas. Apenas para citar alguns exemplos, recordamos as parábolas do trigo e do joio (Mt 13,24-30), do fermento dos fariseus (Mt 16,5-12), do semeador (Mc 4,3-9, Mt 13,1-9, Lc 8,4-8) , do grão que germina (Jo 12,24), bem como o milagre da multiplicação dos pães Mt 14:13-21, Mc 6:30-44, Lc 9:10-17 e Jo 6:1-15; Mt 15:32-39 e Mc 8:1-10. e a bem conhecida invocação do Pai-Nosso (Mt 6,9-15; Lc 11,2-4).
Jesus poderia ter utilizado o exemplo de qualquer outro grão, mas ao falar sobre trigo, Ele também fala de si mesmo: Ele era o Pão da vida, que haveria de morrer e ressuscitar ao terceiro dia. Deixaria a aparência física de homem para receber um corpo glorioso e ser elevado ao céu.
A sua morte é uma semente que deve cair na terra, ser enterrada, morrer como semente e dar origem a uma nova planta que multiplica a semente na espiga que produz. Jesus explica assim a própria morte e revela que também para nós, homens e mulheres que o queremos seguir, é necessário morrer, cair por terra e desaparecer para dar fruto.
Pela relação do trigo com semeadura, crescimento e colheita, ele representa morte e novo nascimento, lembrando, assim, o Cristo que morreu, ressuscitou e nos concedeu nova vida.
Utilizar o grão de trigo como simbologia, foi uma forma de explicar sobre o sentido da vida, da morte e também da ressurreição.
A morte do grão do trigo significava morrer para o mundo, para si mesmo, em nome de um projeto de salvação. Assim Jesus fez em todo seu itinerário, que foi Corpo entregue e Sangue derramado.
Sua vida foi uma experiência pascal que teve seu cume na paixão, morte e ressurreição. Essa experiencia nós fazemos ao celebrarmos o mistério pascal, sobretudo na eucaristia – sacrifício e ceia pascal – que Ele instituiu: “Cristo, na verdade, tomou o pão e o cálice, deu graças, partiu o pão e deu-o a seus discípulos dizendo: Tomai, comei, bebei: isto é o meu Corpo; este é o cálice do meu Sangue”; e pediu que fizéssemos o que Ele fez, em sua memória (cf. IGMR 72). “Por isso a Igreja dispôs toda a celebração da liturgia eucarística em partes que correspondem às palavras e gestos de Cristo”. De fato, obedientes a Cristo, nós tomamos o pão e o vinho, frutos da terra e do trabalho do homem e da mulher, apresentamos, damos graças, partimos e distribuímos.
Jesus Cristo foi o grão de trigo que caiu na terra e morreu para gerar muito fruto. Não poupou a si mesmo, deu-se por completo. Não procurou salvar a sua pele, mas entregou-se sem reservas pelo bem dos outros.
Os apóstolos e tantos homens e mulheres deram sua vida para a vida do mundo.
Santo Inácio de Antioquia, bispo e mártir, fiel seguidor de Jesus escreveu, antes de ser martirizado: “Sou trigo de Deus. Quero ser triturado e moído pelos dentes das feras, a fim de me converter em pão puro de Cristo”.
O grão de trigo, lançado em terra para ser transformado em planta, se despe de sua casca, se desnuda e ressurge com nova aparência (por dentro e por fora). Tal grão conservará alguns de seus elementos, porém terá renascido para uma nova vida em que dará origem a muitos outros grãos. Grãos de justiça, de fraternidade, de paz, de respeito, transformados em alimento para saciar a fome, em saúde, em recursos básicos, em cuidado com a casa comum… enfim vida em abundância para todas as pessoas e tudo o que existe nesse mundo.
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